João Pereira quebra o silêncio e desabafa
João Pereira assumiu o comando técnico da equipa principal do Sporting em novembro e desde então não tem vivido momentos muito felizes. Depois de uma goleada na estreia, frente ao Amarante (6-0), os leões somaram quatro derrotas consecutivas (Arsenal, Santa Clara, Moreirense e Club Brugge). No entanto, a claridade começa a aparecer e o Sporting soma agora duas vitórias seguidas, depois de bater o Boavista (3-2) e o Santa Clara (2-1, a.p.) na Taça de Portugal.
Aos jornalistas, o treinador dos leões confessou que não é fácil tirar a cabeça do futebol e a única altura que o faz para o «fim do mundo»: quando chega a casa e é recebido pelos dois filhos que… também só querem jogar futebol.
«Não é fácil abstrair-me. Felizmente tenho um apoio familiar forte em casa. Dá para me distrair quando chego, principalmente com os meus dois filhos, porque aquilo é o fim do mundo quando chego. Apesar de só quererem jogar futebol e continua a ser futebol, mas dá para distrair. Quando eles vão para a cama, quem sofre mais é a minha mulher, porque na minha cabeça está sempre o “futebol, futebol, futebol”. Às vezes a minha vida privada fica um pouco para trás, o que não é bom, mas há momentos em que tem de ser assim e ela percebe que neste momento o foco é outro. Neste momento o tempo que tenho é para dar atenção aos dois filhos que tenho em casa», disse na antevisão ao jogo com o Gil Vicente, da 15.ª jornada da Liga.
Na sequência, João Pereira falou sobre a pressão que se sente no cargo e a possibilidade das vitórias afastarem essa mesma pressão.
«Domingo já temos pressão outra vez. Há pressão todos os treinos e todos os dias. Não é a primeira, segunda ou terceira vez que estou a falar com vocês (jornalistas) e uma pessoa vai aprendendo e ouvindo, aqui o Filipe e o departamento de comunicação também me ajudam a melhorar dia a dia. É como os jogadores, mas eu tenho de treinar outras coisas para melhorar estes aspetos. É muito mais fácil estar aqui a falar com vocês depois de ganhar, do que depois de perder quatro vezes seguidas. O estado de espirito nunca pode ser igual. Eu desde o inicio sempre fui sincero. O “erro de casting” pode ter sido um… é essas coisas que temos de treinar. Nunca tinha falado e comecei agora a falar. Muito longe de estar perfeito, mas estamos aqui para trabalhar», concluiu.