Benfica

“Rui Costa precisava de sangue novo e de uma mudança de vícios que o Benfica tinha”

Antigo defesa Fernando Mendes aborda o momento do Benfica e a presidência de Rui Costa.

Fernando Mendes conquistou uma Supertaça na passagem por Alvalade e ainda venceu um campeonato e uma Taça de Portugal pelo Benfica, que apostou no treinador alemão Roger Schmidt, em fim de vínculo com o PSV Eindhoven, para render Nélson Veríssimo. Em entrevista à Lusa, o antigo defesa comenta o momento do Benfica e a presidência de Rui Costa.

“[O presidente] Rui Costa precisava de sangue novo e de uma mudança de vícios que o clube já tinha num passado muito recente, mas não deram resultado nenhum, sobretudo nos últimos três anos. Gastaram milhões, milhões e milhões e as coisas não correram nada bem. Portanto, havia que mudar algo. O Rui Costa tem de ter essa capacidade, porque foi um fantástico jogador e conhece-os melhor do que ninguém”, afirmou.

As “águias” voltam a ter um técnico estrangeiro 13 anos após o espanhol Quique Flores e “contrataram jogadores de qualidade tremenda”, entre os defesas Alexander Bah, Mihailo Ristic e João Victor, o médio Enzo Fernández e os dianteiros David Neres e Petar Musa.

“Ter um técnico estrangeiro é bom às vezes e mau em outras. Nesta fase, Roger Schmidt parece ser tranquilo. Vamos ver se se aguenta assim durante muito tempo no futebol português. Agora, nota-se uma equipa diferente a jogar, mais pressionante, mas também a deixar alguns buracos nas costas [da defesa]. Ao pressionar com muita gente, acaba muitas vezes por sentir algumas dificuldades a nível posicional e defensivo”, examinou.

O 4-2-3-1 de Roger Schmidt cresce sem Darwin Núñez, artilheiro da I Liga em 2021/22, com 26 golos, Pizzi, Seferović e Everton, alvos de uma “exigência tremenda” de Jorge Jesus, que voltou à Luz há dois verões pela mão do então presidente Luís Filipe Vieira.

“Nem valia a pena FC Porto e Sporting jogarem assim que chegou Jorge Jesus, porque o Benfica é que ia ganhar tudo. Viu-se tremenda euforia, mas, depois, ouviu-se um corrupio de desculpas. Rui Costa parece ser uma pessoa que assume os seus erros. Houve um pouco de falta de humildade e esqueceram-se dos rivais”, considerou Fernando Mendes, criticando a “postura de alguns atletas batidos e habituados a jogar neste tipo de clubes”, que “eram excelentes no futebol luso e na maioria dos desafios da Liga dos Campeões”.

O Benfica, recordista de cetros nacionais, com 37, está a jogar pela terceira temporada seguida a terceira pré-eliminatória da principal prova europeia de clubes e colocou-se em vantagem diante dos dinamarqueses do Midtjylland na terça-feira, ao vencer 4-1, na Luz.

“Não quer dizer que sejam favas contadas, mas esses jogos serão acessíveis. Mesmo o calendário inicial do Benfica na I Liga foi bastante generoso e vai dar para estabilizar a equipa”, concluiu o ex-defesa, de 55 anos, perspetivando já um eventual embate com os ucranianos do Dinamo Kiev ou os austríacos do Sturm Graz no play-off da Champions.

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