Rui Santos analisou o clássico da Luz em que o FC Porto voltou a sair vitorioso sobre o Benfica. O comentador da CNN Portugal criticou duramente a postura dos jogadores encarnados.
Rui Santos mostrou-se ainda surpreendido com a leveza com que Roger Schmidt e a estrutura encarnada encararam estes jogos, lembrando as folgas concedidas antes da partida e a presença de jogadores no Estoril Open.
“Eu acho que é inaceitável, inaceitável que os jogadores do Benfica tenham tido o comportamento que tiveram frente ao FC Porto. A equipa pareceu-me autoconvencida, pareceu-me deslumbrada, pareceu-me impreparada para este jogo. Tem-se revelado preparada durante a época para quase todos os jogos, numa percentagem altíssima, mas revelou-se impreparada para este jogo e aqui levanta-se uma questão. O tipo de gestão, quer do treinador quer da estrutura do futebol do Benfica foi compatível com a exigência deste jogo? Isto é, aquela ideia de uma certa descontração, as idas ao Estoril Open, as folgas que foram dadas, será que isso é compatível e é compaginável com a exigência de um jogo que era o jogo do título, em que o Benfica precisava de ganhar claramente para deixar o FC Porto fora de jogo? Eu acho que não. E portanto, aqui levanta-se uma questão. Como é que um treinador tão exigente, da escola alemã, habituado à ordem, à organização, como é que ele… não sei se cedeu, não sei se ele foi ter aqui alguma condescendência perante uma época que tem sido tão boa, em que os jogadores têm respondido em todas as circunstâncias”, afirmou.
Questionado se teria havido soberba do Benfica para esta partida, Rui Santos não teve dúvidas.
“Acho. Acho que houve um excesso de confiança. O Benfica cavalgou a sua própria onda, uma onda positiva e absolutamente legitimada, com o avanço que tem, é a melhor equipa portuguesa, tem jogado melhor futebol, merece claramente a diferença que tem em relação ao FC Porto. No entanto, para este jogo parece que desligou e houve aqui um apagão, houve de facto um apagão na Luz“, referiu.
Uma apagão que contraria com a postura evidenciada pelo FC Porto.
“Esse apagão ainda se tornou mais claro quando o FC Porto entra em campo, porque se nós olharmos para o jogo – e eu vi o jogo já duas vezes – nós percebemos que a estratégia do FC Porto estava muito bem desenhada, desde o primeiro minuto. Aliás, a primeira jogada, é uma jogada em que a equipa do FC Porto sai toda em cima da equipa do Benfica. Ora isto é um detalhe fundamental para se perceber que na preparação do jogo, sendo certo que o FC Porto tinha de ganhar este jogo para não ficar absolutamente arredado”, concluiu.
