Última hora: André Vilas-boas expulsa filha de Pinto da Costa do FC Porto

Ao fim de 42 anos, chega ao fim o ‘reinado’ de Pinto da Costa, tempo que o tornou no dirigente há mais tempo no poder, não só em Portugal, mas no mundo inteiro. Foram quatro décadas de entrega que terminaram sem glória, num final muito diferente daquele que algum dia o portista possa ter imaginado.

“Ele foi apanhado de surpresa”, começa por contar uma fonte próxima do dirigente azul-e-branco, acrescentando que Pinto da Costa “ainda está a digerir” o que aconteceu, e sobretudo o resultado tão expressivo que deu 80 por cento das votações a André Villas-Boas.

É que se, por um lado, Pinto da Costa sentiu, desde o início, que o ex-treinador era, talvez, o primeiro candidato à altura de lhe fazer frente em eleições, por outro lado sempre acreditou que tinha os sócios do seu lado. “Ele nunca imaginou uma vida longe do Porto. Ele vive e respira o Porto.”

Com a eleição de André Villas-Boas, novos ventos chegam ao FC Porto e, sobretudo, sinais de mudança, naquilo que todos acreditam que seja uma autêntica revolução na estrutura do clube. O ex-treinador já fez saber que vai passar os próximos tempos a reunir-se com os funcionários dos Dragões, mas é certo que não irá querer ‘mobília velha’ na casa que tenta agora arrumar, e principalmente pessoas da confiança de Pinto da Costa no clube.

Ora isso implica, em primeira análise, limpar o clube, e em consonância daquilo que prometeu, de tudo o que sejam ‘tachos e compadrios’, o que quer dizer abdicar de uma estrutura pesada e com ligações diretas ao seu antecessor, como é o caso da filha, Joana Pinto da Costa, um dos rostos mais óbvios, por ser filha do presidente dos dragões.

A filha mais nova de Pinto da Costa, licenciada em Gestão Desportiva, integra desde 2011 a estrutura do clube na área do marketing, tendo vindo a ser uma aposta do clube. Em entrevista à ‘Caras’ falou sobre os vários projetos desenvolvidos para o FC Porto e também uma oportunidade que teve, no passado, para brilhar como apresentadora do Porto Canal.

Mãe de três filhos, nos últimos anos Joana tem estado mais dedicada à família, com os respetivos períodos de licença de maternidade, mas segundo a The Mag conseguiu apurar, continua a manter as suas funções na estrutura do marketing do FC Porto, algo que dificilmente manterá com a chegada de Villas-Boas ao poder.

Desde que se licenciou que Joana passou a ter um posto de trabalho no clube do pai, sendo que toda a sua carreira profissional foi passada no FC Porto. Agora, terá necessariamente de lançar mãos à obra para encontrar um novo desafio longe daquela que sempre considerou uma segunda casa. “Dediquei-me ao trabalho e no Futebol Clube do Porto sinto-me segura. As pessoas conhecem-me, alguns desde pequenina, e existe uma grande amizade”, já fez saber em entrevista sobre o seu trabalho no FC Porto.

“Há muita gente preocupada, muitos ‘compadres’ que vão perder os tachos. Foram muitos anos, já estava na altura”, destaca uma fonte.

PREOCUPAÇÃO COM O FUTURO

Depois da eleição de André Villas-Boas, há, entre os mais chegados de Pinto da Costa, uma preocupação geral em relação ao futuro do dirigente, que nunca imaginou uma vida longe do clube.

Nos próximos tempos, família, amigos e sobretudo a companheira, Cláudia Campo, estarão necessariamente mais vigilantes para se certificarem que Pinto da Costa não se ressente de uma vida que, à partida, não saberá como levar, uma vez que há mais de quarenta anos que não faz outra coisa que não liderar o FC Porto.

Apesar do embate, Cláudia afigura-se como a parceira ideal para Pinto da Costa, estando ao seu lado nos anos mais complicados, e na chamada fase descendente do presidente do FC Porto. Enquanto as anteriores companheiras assistiram a alguns dos maiores sucessos do dirigente portista, a bancária mostrou fibra para lidar com alguns momentos mais difíceis.

No último sábado, foi Cláudia que esteve ao lado de Pinto da Costa quando este ficou a saber que não tinha sido reeleito e era a mulher quem conduzia o carro quando, com o semblante carregado, o líder portista abandonava o dragão.

É que, habituado a viver para o FC Porto, ele não sabe levar os dias de outra maneira.