Ruben Amorim, treinador do Sporting, em conferência de imprensa, depois da derrota diante do Marselha (0-2), no Estádio de Alvalade, em jogo da 4.ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões: CLIQUE AQUI PARA VER O VÍDEO
– Não entrámos tão bem no jogo, tivemos alguma pressa em meter a bola na frente. O jogo estava confuso, num ressalto há um penálti e uma expulsão que nos condicionou o jogo mais uma vez. Depois, com a lesão do Seba [Coates], ficou tudo mais complicado. Foi um jogo como o de Marselha, mas agora é olhar para a frente.
Uma derrota que resulta mais uma vez de um erro individual. Esgaio está sem confiança? Porque é que Porro não jogou de início?
– Não, provavelmente o jogador é que perde alguma confiança. É difícil. Há dois jogadores aqui que são muito pressionados aqui. Quando tenho confiança no Esgaio, não tenho pressão em meter o Porro. Sou eu que faço a gestão dos meus jogadores e que protejo os meus jogadores. Quanto aos erros individuais, a culpa é minha, sou eu que os meto a jogar. Tenho confiança no Esgaio, ele é que entrou sem confiança, mas a culpa é minha.
Esgaio está a passar por uma fase difícil como o Coates passou há uns tempos?
– O Porro não podia jogar os 90 minutos, só podia jogar 20/25 minutos. Aconteça o que acontecer, os jogadores quando vêm de lesão precisam de tempo para recuperar. Esta pressão sobre o Esgaio não começou com as más exibições, começou quando veio do Braga para o Sporting. Os jogadores que vieram do Braga são muito pressionados. O que o Esgaio tem de fazer é trabalhar e deixar o resto para mim, enquanto o puder proteger vou fazê-lo, como fiz com o Paulinho. É fácil estar a falar agora no Esgaio, sabendo o que ele vai sofrer nos próximos dias. Há que dizer a verdade, o Esgaio não está num bom momento, mas a pressão não começou agora. Começou mais cedo. O Esgaio está num momento muito difícil, tem cometido alguns erros. Algumas criticas em relação aos jogos são justas, mas é muito difícil sabendo p que ele está a passar.
Teme que a aposta em Esgaio possa desgastar a sua imagem?
– Em relação à teimosia, não estou nada preocupado com o desgaste da minha imagem. Esta é a minha responsabilidade. Não consigo abandonar os meus jogadores. Se viesse agora aqui falar da falta de experiência, seria muito fácil para mim. Entendo as criticas dos adeptos, são justas, mas nunca na vida olho para os jogadores a pensar no desgaste da minha imagem. Gosto muito de estar no Sporting, mas sei que quanto mais tempo se está num sitio, mais perigoso se torna. O futebol é mesmo assim. Não ganhando jogos, a responsabilidade é minha, não do Esgaio ou do Pote. Os nove que ficaram lá uma parte inteira, desgasta uma equipa inteira. Há um ano estávamos muito contentes, agora estamos num momento muito difícil. Há jogadores que são muito pressionados, principalmente dois aqui. Falando do Esgaio, as críticas, algumas são justas, outras não.
Falou em perseguição aos jogadores que vêm de Braga? Estava também a falar no Paulinho?
– Não vamos entrar por aí. Sei o que disse, mas temos de ser sinceros. Não vamos dizer agora que o Esgaio está a ser pressionado porque jogou mal. Já estava a ser pressionado antes, como estava o Paulinho. Esses jogadores têm sido mais criticados, algumas vezes com razão, muitas vezes não.